quarta-feira, 4 de junho de 2008

WARLANDS


Warlands é o nome de um fabuloso continente povoados por humanos, elfos e anões que é cobiçado por vampiros e demônios. Há muitos séculos, Malagen, o Sombrio, líder dos vampiros de Datara, quase dizimou os povos das Warlands em uma guerra em que quase conquistou seu objetivo. Ele só não o fez, pois descobriu um pergaminho que continha uma profecia que dizia que ele seria derrotado por um humano usando a lendária Armadura Darklyte. Por este motivo ele recuou e não foi mais visto pelo continente. A aventura da mini-série em 6 edições (que li numa edição encadernada) começa com o princípio de uma nova investida de Malagen, que desta vez também almeja o artefato ancestral capaz de detê-lo.

A história não é grande coisa. Mostra uma luta entre o bem e o mal bem ao estilo de O Senhor dos Anéis. Aliás, a própria Mythos utilizou as semelhanças para promover a mini-série. É terrível ler uma aventura em que página após página temos aquela impressão de que “já vi isso em outro lugar”. As Warlands são uma Terra Média sem sal, assim como o grupo de heróis protagonistas que não chegam aos pés de uma Sociedade do Anel light.

Os personagens não nos cativam. Pra falar a verdade, em momento algum, me preocupei com o destino daqueles personagens ou de sua terra natal. O pior é que há momentos em que um personagem morre e volta à vida numa boa como se morrer fosse um passeio até a esquina. Os desenhos são bonitos, mas muito se deve aos efeitos de computador conhecidos de outras publicações da Image (editora americana do Spawn). Desta forma, acho que se a edição fosse em preto e branco, pouco restaria da arte.

Entre os protagonistas que formam o grupo principal de heróis temos uma elfa desgarrada de seu povo, Elessa, pois nas Warlands os elfos são totalmente xenófobos a outras criaturas vivas. Cabe a ela lutar contra esse preconceito para unir os elfos aos humanos. Onde será que eu já vi isso? O humano da vez chama-se Jerell que parece um grande covarde a princípio, mas vai ganhando garra e voz a medida que vive os acontecimentos. O mago que integra o grupo chama-se Delezar e todos o chamam de ancião. Não sei porque falam isso, pois com seu capuz ele parece um rapaz de 20 anos e quando deixa seus cabelos grisalhos a mostra parece um solteirão com seus 40 anos. Isso é uma grande falha do desenho, na minha opinião. Todos os personagens são demasiadamente parecidos e suas idades não são bem definidas. O rei dos humanos possui uma grande barda, mas sua pele não traz os traços da velhice. Todos parecem jovens e saudáveis com rostos inexpressivos.

O personagem mais desperdiçado, sem dúvida, é o protegido de Delezar, o garoto Zeph. Um jovem que usa uma venda nos olhos. Ele é treinado por Delezar para utilizar seu grande poder mágico latente que manifesta-se por vontade própria. É aquele tipo de personagem interessante que nem ele próprio sabe o que é capaz de fazer, porém ele é desperdiçado de tal forma que dói. O garoto nunca abre a boca e seu poder “incrível” só se manifesta uma ou outra vez, porém em nenhum momento importante. Por último, temos um humano de uma raça conhecida como drans chamado G’Dar. O cara parece um He-Man perdido. É loiro, fortão e carrega uma espada grande.

E o grande objeto de cobiça da história é deixado em segundo plano. Há uma ou outra reviravolta que não é tão reviravolta assim e quando acontece dizemos “noossa” (um nossa bem xoxo). Os clichês são tão descarados que eu estava pronto: se um anel, de qualquer tipo, forma ou tamanho aparecesse naquela revista eu a fecharia no mesmo momento. É, nenhum anel apareceu, mas fiquei me perguntando onde foram parar os R$ 9,90 que gastei com essa droga.

Por curiosidade: Warlands não termina após o fim das 6 edições! A “epopéia” (a Mythos tem coragem de usar esse termo) de Pat Lee continua. Atualmente, a Mythos está lançando uma maxi-série mensal de 10 edições intitulada Warlands 2 que unifica as séries Warlands Volume II: A Era Glacial, Warlands Volume III, Warlands: Três Histórias (prólogo para a Era Glacial), Warlands: Guerreiros Banidos (Epílogo para o Volume I) e Shidima (um prequel para a saga da Armadura Darklyte).